ISSN:2238-6408 (online)
Daniela de Figueiredo -Uni-FACEF /Marina Resende -Uni-FACEF / Carla Michelle - Uni-FACEF / Henrique Breviglieri - Uni-FACEF

Resumo: Diante do alto índice de violência nas escolas públicas brasileiras, a atual pesquisa teve como objetivo compreender a vivência de um aluno dos anos finais do Ensino Fundamental, frequentemente envolvido em situações de violência, como agressor e como vítima, buscando estabelecer pontes entre o contexto social, a violência institucional, e o papel da Educação com vistas ao Desenvolvimento como Liberdade, que prima pela promoção da condição de agente e exercício da razão pública para a construção democrática.  Foi realizada uma pesquisa etnográfica, com observações participantes no cotidiano escolar e entrevista individual com o aluno selecionado. Os dados passaram por análise de conteúdo. Os resultados revelaram que o aluno vive inúmeras situações de violência no contexto familiar e comunitário e, na escola, o ciclo de violência se perpetua, gerando uma dinâmica de exclusão, que retroalimenta os mecanismos de violência, impedindo que ele se veja como cidadão e agente de transformação. Conclui-se que muitas vezes o fenômeno da violência no ambiente escolar é tratado sem se considerar o contexto mais amplo, culpabilizando indivíduos já privados de muitos direitos e que possuem pouca ou nenhuma oportunidade de assumirem a condição de agente ou participarem de espaços dialógicos, visando ao exercício da razão pública.

 

Palavras-chave: Desenvolvimento como Liberdade, educação, violência, etnografia.

 

Abstract: Due to the high rate of violence in Brazilian public schools, the current research aimed to understand the experience of a student of the last years of Middle School, often involved in situations of violence, as an aggressor and as a victim, seeking to establish links between the social context, institutional violence, and the role of Education with the purpose of the Development as Freedom, which is remarkable for promoting the condition of agent and exercise of public reason for the democratic construction. An ethnographic research was conducted, with observations in daily school life and individual interviews with the selected student. The data underwent content analysis. The results revealed that the student experiences countless situations of violence in the family and community context and, at school, the cycle of violence is perpetuated, generating an exclusion dynamics that feeds the mechanisms of violence, preventing him from seeing himself as citizen and transformation agent. Thus, one may conclude that frequently the phenomenon of violence in the school environment is treated without taking into consideration the broader context, blaming individuals already deprived of many rights and who have little or no opportunity to assume the status of agent or to participate in dialogues, aiming the exercise of public reason.

 

Keywords: Development as Freedom, education, violence, ethnography