ISSN:2238-6408 (online)
Rita de Cássia Souza Tabosa Freitas - UPE-Arcoverde

Resumo: O problema da apatria e dos refugiados não pode ser refletido sem que se apresente
uma discussão sobre a falta de proteção jurídica a pessoa humana. O status ontológico
iluminista do homem cidadão, cuja vida é o bem jurídico maior, sendo um sujeito digno por
excelência simplesmente por ser humano, não se traduziu em um sujeito real, protegido por um
Estado nacional e nem tão pouco por uma federação internacional de Estados. Crise políticas,
econômicas e ambientais provocaram, desde o fim do século XIX, grandes deslocamentos
humanos, sem que essa população deslocada tivesses seus direitos mínimos garantidos. Com
esse artigo, pretende-se apresentar uma reflexão a partir da obra de Arendt sobre a necessidade
de se proteger grupos humanos em deslocamento e de garantir direitos que devem estar para
além do Estado-nação, efetivando-se o “direito a ter direitos”. Utilizando das obras arendtianas,
construiu-se uma crítica a ausência de visibilidade dessas pessoas consideradas indesejáveis e,
muitas vezes, até abjetas. O direito não pode e não deve ser um meio de exclusão, mas deve se
traduzir em proteção jurídica e política, a fim de atender a necessidade do ser humano ser
alguém, de estar presente do espaço de aparência, realizando-se a promessa da cidadania plena.

Palavras-chave: Apatria. Refugiados. Indesejávei.; Cidadania. Direitos humanos.

Resumen: El problema de la apatía y los refugiados no puede reflejarse sin una discusión sobre
la falta de protección legal para la persona humana. El estatus ontológico ilustrativo del hombre
ciudadano, cuya vida es el mayor bien jurídico, siendo sujeto digno por excelencia simplemente
por ser humano, no se ha traducido en un sujeto real, amparado por un estado nacional y
tampoco por una federación internacional de estados. Las crisis políticas, económicas y
ambientales han provocado, desde fines del siglo XIX, grandes desplazamientos humanos, sin
que esta población desplazada tenga garantizados sus derechos mínimos. Con este artículo
pretendemos presentar una reflexión basada en el trabajo de Arendt sobre la necesidad de
proteger a los grupos humanos en movimiento y garantizar derechos que deben estar más allá
del Estado-nación, haciendo efectivo el “derecho a tener derechos”. Utilizando las obras de
Arendt, se construyó una crítica sobre la falta de visibilidad de estas personas consideradas
indeseables y, a menudo, incluso abyectas. La ley no puede ni debe ser un medio de exclusión,
pero debe traducirse en protección jurídica y política, para satisfacer la necesidad del ser
humano de ser alguien, de estar presente en el espacio de las apariencias, cumpliendo la
promesa de ciudadanía plena.

Palabras clave: Apatía. Refugiados. Indeseables. Ciudadanía. Derechos Humanos.