ISSN:2238-6408 (online)
José Henrique Sousa Assai - UFMA

Resumo: A ideia do progresso, no âmago da teoria crítica, é concebida como vinculada ao espírito de um programa socionormativo da própria pesquisa crítica fundamentada filosoficamente pelo diagnóstico, pela análise e pela correção de um determinado contexto social. Por outro lado, não há um consenso substantivo acerca de que a noção de progresso seja “eficaz” para uma pesquisa crítica. Esse debate não se constitui como mera especulação teórica, mas enceta um desafio basilar bem como um problema fulcral para o pensamento de cunho emancipatório: qual o sentido mais profundo da noção do progresso no escopo da teoria crítica? Nesta pesquisa defendo uma posição “positiva” da ideia de progresso entendida enquanto mediação possível da luta por melhores condições de existência social na medida em que o diagnóstico e a crítica sejam o medium para a pesquisa crítica (Rahel Jaeggi). Nesse sentido, pretendo recolocar a crítica de Amy Allen ao conceito do progresso entendendo que tanto o sentido “retrospectivo” quanto “avançado” de progresso pode servir de ancoramento tipificador para uma teoria crítica que se autocompreenda como decolonizadora sem que um sentido exclua o outro. Por isso mesmo que pensar no progresso no interior da teoria crítica não é apenas retomar um projeto colonialista de pensamento no sentido “retrospectivo”; porém, ao contrário, é (re)estabelecer a tenacidade de uma pesquisa crítica endereçada à resolução das patologias sociais; ou, em outros termos, repensar no conceito de progresso na teoria crítica é também estabelecer um pressuposto decolonial de pensamento e ação no interior da própria crítica social.

 

Palavras-chave: Progresso. Emancipação. Teoria Crítica. Pensamento deloconial.

 

Abstract : The idea of ​​progress, at the core of critical theory, is conceived as bounded to the spirit of a social-normative program of critical research itself grounded philosophically on the diagnosis, analysis, and correction of a social context. On the other hand, there isn’t substantive consensus that the notion of progress is “effective” to the critical research. This debate doesn’t make up a simple theoretical speculation, but engages in a fundamental challenge as well as a central problem for emancipatory thinking: what is the deepest sense of the notion of progress within the scope of critical theory? In this research I take on a “positive” position about the idea of ​​progress understood as a possible medium of the struggle for better conditions of social existence inasmuch as diagnosis and criticism are the criteria to social research (Rahel Jaeggi). In this sense, I aim to put the issue Amy Allen’s critique and taking into account to rethink the concept of progress in critical theory is also to establish a decolonial assumption of thought and action within social criticism itself.

 

Keywords: Progress. Emancipation. Critical Theory. Decolonial Thinking.