ISSN:2238-6408 (online)
Carlos Eduardo de Sousa Lyra - UECE

Resumo: Neste artigo, examinamos o desenvolvimento do conceito de “processos psíquicos inconscientes” por Wilhelm Wundt e Sigmund Freud, no final do século XIX e início do século XX, apresentando as perspectivas desses autores sobre a mente consciente e inconsciente. Em seguida, analisamos a crítica de John Searle ao conceito de inconsciente em Freud e na psicologia cognitiva, introduzindo suas principais ideias sobre a mente consciente e sua relação com os estados inconscientes, sob a perspectiva de um naturalismo biológico que defende que os nossos estados mentais são características biológicas produzidas a partir do funcionamento de nossos cérebros. Neste sentido, apesar de admitir que os estados mentais inconscientes são intencionais e, eventualmente, podem se tornar conscientes, Searle conclui que sua ontologia é idêntica aos processos neurofisiológicos que ocorrem no cérebro. Além disso, Searle introduz o conceito de Background, que consiste inteiramente em capacidades neurofisiológicas que influenciam diretamente nas relações que determinam as condições de satisfação para que ocorram estados intencionais, conscientes ou inconscientes, os quais estão inseridos numa Rede de outros estados intencionais.

 

Palavras-chave: Filosofia da mente; Psicologia; Psicanálise; Consciência; Inconsciente.

 

Abstract: In this article, we examine the development of the concept of “unconscious psychic processes” by Wilhelm Wundt and Sigmund Freud, in the late 19th and early 20th centuries, presenting the perspectives of these authors on the conscious and unconscious mind. Next, we analyze John Searle’s criticism of the concept of unconscious in Freud and in cognitive psychology, introducing his main ideas about the conscious mind and its relationship with unconscious states, from the perspective of a biological naturalism that defends our mental states as biological characteristics produced by the functioning of our brains. In this sense, despite admitting that unconscious mental states are intentional and may eventually become conscious, Searle concludes that its ontology is identical to the neurophysiological processes that occur in the brain. In addition, Searle introduces the concept of Background, which consists entirely of neurophysiological capacities that directly influence the relationships that determine the conditions of satisfaction for intentional, conscious or unconscious states to occur, which are inserted in a Network of other intentional states.

 

Keywords: Philosophy of mind; Psychology; Psychoanalysis; Consciousness; Unconscious.