ISSN:2238-6408 (online)
Fernando Magalhães - UFPE

Resumo: Iniciada na polis, separada involuntariamente da política (a injusta má fama de Maquiavel contribuiu para esse escandaloso equívoco), seu retorno triunfal é o símbolo do demiurgo pós-moderno. Glorificada pela suposta moralidade contemporânea, se oculta nas trincheiras das mais horripilantes práticas. As “éticas” representam a ética. Quantas, afinal? Sua multiplicidade conduz à desconfiança. Como a constituição ética de uma sociedade – seu ethos – permite a convivência com uma infinidade de éticas concorrentes? Sua definição aporta na moralidade. Contradição? Entre os dois conceitos navega cambaleante o critério universal. A busca por uma ética universal, contudo, é apenas compatível com um estilo de vida em que a divisão de classes seja banida da face da terra. A hipótese concebível para alcançar essa finalidade reside, porém, numa contradição. A instauração de um ethos mundial exige, necessariamente, a criação de uma nova ética que reúna, em sua formulação básica, os anseios e esperanças das demais propostas até então existentes. Uma ética que subverta todos os valores vigentes. Uma ética negativa porquanto recusa, de maneira intolerante, toda doutrina intolerante. A questão a ser discutida é, então, a seguinte: admite a ética universal uma moral pluralista?

Palavras-chave: Ética universal, subjetividade, libertação animal

 

Abstract:Starting in the polis, departed involuntarily from politics (the bad and unfair fame of Machiavelli contributed for that shocking mistake), its triumphal return is the symbol of the postmodern demiurge. Glorified by presumed contemporary morality it hides behind the trenches of the most terrible practices. Many “ethics” represent The Ethics. How many, after all? The multiplicity carries us out to suspiciousness. How the ethical constitution of a society – its ethos – allows the familiarity with a countless of opposite ethics? Its definition gives to morality. Contradiction? Between the two concepts drives – staggering – the universal criterion. The search for a universal ethics however, is only compatible with a way of life in which the classes division is to be vanished from the face of the earth. The conceivable hypothesis to reach out that aim, nevertheless, lay down in a contradiction. The set up of a worldwide ethos requires, necessarily, the raising of a new ethics that unites, in its basic expression, the desires and hopes of all other current proposals so far. An ethic that overthrows every dominant value in our societies. A negative ethic as it refuses, in an intolerant way, every intolerant doctrine. The point to be discussed is the following: does the universal ethics admit a pluralist moral?

Key-words: Universal ethics, subjectivity, animal liberation