Resumo: No presente Artigo abordamos alguns aspectos da concepção de individualidade do filósofo Alemão Max Stirner como um resultado da crítica “dessacralizadora” da modernidade. Tal abordagem, pensamos, seria um elemento de crucial importância para o que tem sido chamado de existencialismo stirneriano. Um existencialismo não epistemológico que se origina da crítica cultural3 direcionada contra a modernidade e, sobretudo, contra seus porta-vozes alemães. Elaboramos essa abordagem mediante a contextualização de determinadas concepções de Stirner no interior de certos aspectos da filosofia hegeliana. Essa contextualização serve de introdução à abordagem de noções como Propriedade (Eigentum) e Corpo (Körper) como termos que visam à dessacralização de aspectos cruciais, para propósitos políticos, da cultura ocidental aspectos como a oposição real-ideal, a idéia de Desenvolvimento (Entwicklung)4 e seu efeito sobre o nosso modo de compreender a identidade humana. A noção de propriedade seria, nessa leitura, a solução stirneriana para o problema de dicotomia real-ideal, uma solução que procura esvaziar o sentido da afirmação de que nós “deveríamos” nos engajar em uma dada tentativa de superação dessa mesma dicotomia.
Palavras chave: Jovem Hegelianismo, Anti-essencialismo, Existencialismo, Filosofia Política
Abstract: This paper discuss some aspects of the concept of individuality of the German philosopher Max Stirner as a result of critic “desecration” of modernity. Such an approach, we think, would be an element of crucial importance to what has been called Stirner’s existentialism. A existencialism not epistemological, originates from cultural criticism directed against modernity, and especially against their German spokesmen. I approach this through the context of certain conceptions of Stirner within certain aspects of Hegelian philosophy. This context serves as an introduction to the approach of notions such as property (Eigentum) and Body (Körper) as terms that aim at desecration of crucial aspects, for political purposes, aspects of Western culture as the ideal-real opposition, the idea of development (Entwicklung ) and its effect on our way to understand human identity. The notion of property would, in this reading, the solution to the problem of Stirner real-ideal dichotomy, a solution that seeks to empty the meaning of the statement that we “should” engage in a given attempt to overcome this dichotomy.
Key Words: Young Hegelianism, Anti-Essentialism, Existentialism, Political Philosophy