RESUMO: O presente artigo pretende inscrever as Confissões, de Santo Agostinho, nas análises históricas desenvolvidas em A hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault. O filósofo francês sugere que, precisamente a partir dos séculos III-IV da era cristã, a generalização de um regime confessional se apresenta como condição indispensável para a salvação. A confissão, enquanto procedimento que ata o sujeito a uma verdade narrada por ele próprio, é aparentemente uma importante matriz de constituição de um tipo de sujeito historicamente situado. Neste sentido, seria possível sondar em que medida Santo Agostinho é testemunha ativa de um processo em que as práticas de confissão tendem a ser “princípios fundamentais” na relação que o sujeito estabelece consigo mesmo.
Palavras-chave: História da subjetividade, Filosofia Contemporânea, Filosofia Medieval
ABSTRACT: The present paper seeks to inscribe the Confessions, by St. Augustine, on the historical analysis developed in L‟Herméneutique du Sujet, by Michel Foucault. The french philosopher suggests that, precisely from the III-IV centuries of the Christian era, the generalization of a confessional system presents itself as an indispensable condition for salvation. The confession, as a procedure that binds the subject to the truth narrated by him, is apparently an important constitution matrix of a certain type of a historically situated subject. It would thus be possible to probe the extent to which St. Augustine is an active witness to a process in which the confession practices tend to be “fundamental principles” at the relation the subject establishes to himself.
Key-words: History of Subjectivity – Contemporary Philosophy – Medieval Philosophy