Resumo: A questão das necessidades humanas parece ter evocado uma linha de força nas leituras de Rousseau. Desde o Primeiro Discurso, o autor ampliou alguns argumentos que dizem respeito a essa questão, no intuito de dar prosseguimento à tarefa inicial de uma das suas críticas, a saber, a que se dirige ao homem social e sua constante necessidade de artifícios. O homem social é o homem dos artifícios, uma vez que as suas necessidades (ampliadas pelos desejos e modificadas a partir da imaginação) se distinguem das necessidades do homem primitivo. O homem social vive agrilhoado aos seus padrões de conduta e escolha, modifica frequentemente seus costumes de vida, amplia suas faculdades virtuais que o afasta da vida natural e simples que a natureza já propôs. O homem primitivo, vivendo livre no estado de natureza, tinha à sua disposição as condições e faculdades sensitivas suficientes para saciar suas necessidades vitais. Importa a esse artigo, pensar as distintas formas de necessidades. O objetivo será mostrar como o imaginário e a faculdade da imaginação, produzem as necessidades artificiais e se tornam essenciais na formação de novos desejos, e que sendo essas condições inesgotáveis, elas se tornam responsáveis pelo distanciamento da felicidade do homem social.
Palavras Chave: Imaginário, imagem, necessidade, natureza, Artifício.
Abstract: The question of the human needs seems to have evoked a mainstream in the readings of Rousseau. Since the First Discourse, the author has expanded some arguments concerning this question in order to proceed with the initial task of one of his critics, namely, the one which addresses the social man and his constant need for devices. The social man is the man of the devices, since his needs (enlarged by the desires and modified from the imagination) are distinguished from the needs of the primitive man. The social man lives chained to his patterns, of behavior and choice often modifies his habits of life, expands his virtual capacities, what deviate him from the simple and natural life that nature has already proposed. The primitive man, living free in the State of Nature, had sufficient conditions and sensory faculties at his disposal in order to satisfy his vital needs. This paper intends. to think about the distinct forms of needs. The goal will be to show how the imaginary and the capacity of imagination produce the artificial needs and become essential in the formation of new desires, and since these conditions are inexhaustible, they become the responsible for the detachment of happiness from the social man.
Keywords: Imaginary, image, need, nature, device.