ISSN:2238-6408 (online)
André Leclerc - UnB

Resumo: Apresento inicialmente a tensão entre as duas abordagens aqui discutidas. A ambição racionalista de Freud de explicar uma variedade de fenômenos bizarros da psicopatologia ou da vida cotidiana o levou a ultrapassar os limites de seu Projeto fisicista e a admitir estados ou atos ao mesmo tempo mentais e inconscientes. O Naturalismo Biológico de Searle não admite um limbo entre as atividades mentais conscientes de um agente e a atividade eletroquímica de seu cérebro. Depois, apresento o argumento da continuidade que serve de base para justificar a doutrina de Freud. Aponto como problema central a dificuldade de unir uma força/pulsão com um sentido fregeano a partir de observações de Ricoeur. Finalmente, apresento o Princípio da Conexão de Searle e sua defesa do Disposicionalismo. Concluo na superioridade do Disposicionalismo, destacando a originalidade da contribuição de Searle.

 

Palavras-chave: Inconsciente; Disposição; Freud; Searle.

 

Abstract: I first present the tension between the two approaches here discussed. Freud’s rationalist ambition to explain a huge variety of strange cases found in psychopathology or in everyday life led him to exceed the limits of his physicalist Project and to admit the existence of mental states or acts which are, at the same time, mental and unconscious. Searle’s Biological Naturalism does not admit any kind of limbo between mental conscious activities of an agent and the electro-chemical activity of her brain. I then present the Continuity Argument used by Freud to justify his ideas on the unconscious. Following Ricoeur, I pointed out the main problem of his undertaking: to join, in a natural and understandable way, a force/drive with a Fregean sense. Finally, I present Searle’s Connection Principle and his original defense of Dispositionalism. I conclude that Dispositionalism is a better option, taking side with Searle.

 

Keywords: Unconscious; Disposition; Freud; Searle.