ISSN:2238-6408 (online)
Fabrício Pontin - Universidade LaSalle - RS

Resumo:Neste artigo, pretendo demonstrar que, de fato, Mill está alinhado com Adam Smith ao descrever o “livre-mercado de ideias” e que a descrição de um mecanismo de uma “mão invisível” regulamentando as ideias mais ou menos adequadas “livremente” é coerente com a argumentação apresentada por Mill, e com uma ideia de moderação de discurso. Para tanto, irei alinhar minha leitura de Adam Smith com o resgate que Amartya Sen promove da ideia de justiça e de empatia no trabalho de Smith, orientando a interpretação da ideia de livre mercado e de liberdade de expressão a partir dos marcadores morais que Smith impõe para o funcionamento de uma sociedade liberal, contrastando com a posição Milliana sobre a moderação discursiva. Finalmente, apontarei para a necessidade de um marco regulador político para a expressão de impressões morais – e que não seja tão dependente de um paradigma racionalista e elitista como o que encontramos em John Stuart-Mill.

 

Palavras Chave: Liberdade de Expressão; Livre Mercado; Moderação; Instituições

 

Abstract: To the occasional reader, the defense of freedom of expression in Mill may seem like a defense of a criterion of an impartial and invisible hand capable of regulating, without intervention, speech interactions between members of a more or less open civil society. In this article, I intend to demonstrate that Mill is indeed aligned with Adam Smith in describing the idea of a “market of ideas” and that the description of a “invisible hand” mechanism “freely” regulating more or less suitable ideas is consistent with Mill’s argument, and with Adam Smith’s reading of the conditions in which a market works. To this end, I will resort to Amartya Sen’s recasting of the idea of justice and empathy in Smith’s work, evaluating the possibility of applying moral markers to the idea of freedom of expression in John StuartMill, arguing that it is possible to establish an objective limit and a political-moral character for freedom of expression in Stuart-Mill thusly: we are not free to say things that we know are false.

 

Keywords: Freedom of expression; invisible hand; open institutionalism; moral realism