Resumo: O presente artigo busca explicitar algumas considerações encaminhadas por Hannah Arendt acerca da Revolução Húngara. Arendt, no seu papel de investigadora dos acontecimentos revolucionários, analisa os motivos, os objetivos e os impactos desse importante evento ocorrido entre 23 de outubro e 2 de novembro de 1956. A nossa autora aborda a Revolução Húngara descrevendo o momento político sob o qual se encontrava o domínio de Moscou, que se instalou no Leste Europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e destaca o clima político criado com a morte de Stalin. Com efeito, Arendt expõe alguns dos elementos que caracterizaram essa Revolução, a saber: a busca por liberdade associada à verdade, os atores dos diversos segmentos da sociedade, que, juntos à população, se movimentaram nas ruas, e a relevância dos mais diversos conselhos no desenrolar do processo revolucionário. É fundamental enfatizar que, para Arendt, apesar de a Revolução Húngara não ter sido duradoura e a repressão russo soviética ter se caracterizado de maneira violenta, a memória desses acontecimentos se constituiu numa importante sinalização, que foi capaz de iluminar levantes futuros e, certamente, ainda poderão continuar iluminando o nosso modo de agir político.
Palavras-chave: Conselhos. Imperialismo. Revolução. Totalitarismo.
Abstract: This article seeks to explain some considerations made by Hannah Arendt about the Hungarian Revolution. Arendt, in her role as researcher of revolutionary events, analyzes the reasons, objectives and impacts of this important event, which took place between October 23 and November 2, 1956. Our author approaches the Hungarian Revolution by describing the political moment under which it took place finds the dominance of Moscow that has been installed in Eastern Europe since the end of the Second World War and highlights the political climate created by Stalin’s death. In effect, Arendt exposes some of the elements that characterized this revolution, namely: the search for freedom associated with the truth, the actors of the different segments of society that together with the population moved in the streets and the relevance of the most diverse councils in the unfolding of the process revolutionary. It is important to emphasize that for Arendt, despite the fact that the Hungarian Revolution was not lasting and the Russian-Soviet repression was characterized in a violent way, the memory of these events constituted an important signal that was able to illuminate future uprisings and, certainly, they could still be continue to illuminate our political way of acting.
Keywords: Councils. Imperialism. Revolution. Totalitarianism.