RESUMO: Esse trabalho tem como escopo analisar os diferentes modos pelos quais Heidegger e Hans Jonas direcionaram suas críticas à modernidade a partir da relação entre dois elementos centrais: a ciência moderna e a técnica. Heidegger pensa a modernidade e e suas características a partir de seu projeto maior, o da pergunta pelo sentido do Ser e seus modos epocais de ocultamento e desocultamento. Jonas, por sua vez, tematiza a união entre técnica e ciência como um fator novo e “revolucionário” em relação às épocas anteriores, pois as mudanças trazidas não só alteram a compreensão de mundo a partir do século XVII, mas também o modo de vida e pensamento. Hans Jonas analisa a modernidade a partir das consequências da ação humana. É nesse sentido que rompe com Heidegger, pois encontra na filosofia do autor de Ser e Tempo um vácuo ético e, além disso, uma interpretação da natureza em continuidade com a compreensão moderna. A relação entre Heidegger e Jonas em torno da modernidade passa, assim, pelo enfoque que o último dá à marca própria dos nossos tempos, o niilismo, no qual o maior dos poderes se une ao maior dos vazios, a maior das capacidades, ao menor dos saberes sobre como utilizar tal capacidade.
PALAVRAS-CHAVE: Hans Jonas, Heidegger, Modernidade, Técnica.
ABSTRACT: The scope of our work is to analyze the different means through which Heidegger and Hans Jonas have driven their critiques at modernity based on central elements of modern thought indicated by both authors, namely, modern science and technics. Heidegger thinks on modernity and what characterizes it according to its greater project, the questioning for the meaning of being and according to its epochal modes of concealing and revealing. Jonas, in turn, thematizes the union between technique and science as a new and revolutionary fact in comparison to previous epochs, and that happens because not only did the consequent changes alter our comprehension of the world after 16th century, but also altered our way of living and thinking. Hans Jonas thinks about modernity from the consequences of human acts. It is in this sense that he detaches from Heidegger, for he finds in the philosophy of the author of Being and Time an ethical void and also an interpretation of nature that follows modern comprehension. To summarize, we intend to outline some considerations on modernity based on Heidegger and Jonas‟s critiques, mainly on the focus the latter gives to the fact that in modernity we shiver in the nakedness of a nihilism in which near-omnipotence is paired with near-emptiness, greatest capacity with knowing least for what ends to use it.
KEYWORDS: Hans Jonas, Heidegger, Modernity, Technics.