Resumo: O objetivo deste artigo é analisar e confrontar de maneira pontual as posições sobre
a questão do humanismo no debate filosófico de meados do século XX, quando se impõe
vigorosamente uma crise do humanismo, a partir de três figuras intimamente conectadas:
Keiji Nishitani, Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger. Todos os três pretendem, diante da
crise, e cada qual a seu modo, operar um salto, desde o processo histórico-filosófico que levou
à ruína do humanismo na modernidade, em direção a uma concepção radicalmente mais
autêntica sobre o sentido da existência humana: entre as tradições Mahayana e ocidental,
Nishitani buscará compreender o homem a partir da niilidade e da vacuidade; Sartre, por seu
turno, buscará compreender o homem a partir de uma reconfiguração do cartesianismo;
Heidegger, por fim, buscará compreender o homem a partir dos fundamentos da história do
ser. Até que ponto, no entanto, suas posições não estão ainda enredadas pelo que há de mais
arcaico e potencialmente devastador na própria ideia de “homem”, considerada em sua
distinção e dignidade pressupostas?
Palavras-chave: Humanismo. Nishitani. Sartre. Heidegger.
Abstract: The aim of this paper is to analyze and confront in a punctual way the positions on
the question concerning humanism in the philosophical debate of the middle of the 20th.
century, when a crisis of the humanism vigorously imposes itself, from three figures
intimately connected: Keiji Nishitani, Jean-Paul Sartre and Martin Heidegger. All of these
three subjects intends, before crisis, and each one in their own manner, to operate a jump,
from the historical-philosophical process that led to the ruin of the humanism in the
Modernity, toward a radically more authentic conception about the meaning of the human
existence: between the Mahayana and the western traditions, Nishitani will comprehend man
from the perspective of the nothingness and vacuity; Sartre, in turn, will comprehend man
from a reconfiguration of cartesianism; Heidegger, finally, will comprehend man from the
history of being foundations. Nevertheless, how far their positions are still covered by the
most archaic and pontentially devastating in the very idea of “man”, in its assumed distinction
and dignity?
Keywords: Humanism. Nishitani. Sartre. Heidegger.