ISSN:2238-6408 (online)
Celi Hirata - UFSCar

RESUMO: Pretende-se examinar dois momentos da identificação de sujeito com a substância na modernidade, a saber, o corpo na filosofia de Hobbes e a substância individual no pensamento de Leibniz. Enquanto em Hobbes ser sujeito significa estar sujeito (ao espaço imaginário, aos movimentos transmitidos por meio de choque, ao soberano), de maneira que o corpo é caracterizado como aquilo que não possui em si próprio o seu princípio de movimento, em Leibniz, ser sujeito enquanto substância significa possuir inscrito em sua natureza tudo o que se pode predicar de maneira verdadeira a seu respeito, de maneira que significa ser o fundamento e o princípio de sua própria atividade, significa ser auto-suficiente. Entretanto, apesar do corpo hobbesiano ser caracterizado pela sua inércia e a substância leibniziana, pela sua auto-suficiência, pretende-se indicar como é a concepção hobbesiana que mais se aproxima da concepção moderna de subjetividade ou de sujeito enquanto centro da ação, enquanto poder de fundação que estabelece uma nova ordem pela sua decisão, ao passo que, em Leibniz, a atividade do homem, assim como das demais substâncias, traduz-se como a atualização do plano divino do melhor dos mundos possíveis.

PALAVRAS CHAVES: Substâcia, Sujeito, Determinismo, Ação

ABSTRACT: I aim to examine two moments of identification of the subject with the substance in modernity, namely, the body in Hobbes’s philosophy and the individual substance or monad in Leibniz’s thought. While in Hobbes to be subject means to be subjected (to imaginary space, to the movements transmitted by means of shock, as well as to the sovereign), so that the body-substance is characterized by not having in itself its principle of movement, for Leibniz to be subject as substance means having subscribed to its nature everything that can be truly predicated about it, so that it means to be the foundation and principle of its own activity, it means to be self-sufficient. However, although the Hobbesian body is characterized by its inertia and the Leibnizian substance by its self-sufficiency, I aim to indicate that the Hobbesian thought is closer to the modern conception of subjectivity or subject as center of action, as power of foundation that establishes a new order by its decision, whereas in Leibniz’s philosophy the human activity, as well as the activity of other substances, consists in the update of the divine plan of the best of all possible worlds.

KEY WORDS: Substance, subject, determinism, action