Resumo: O presente artigo visa apresentar a relação entre linguagem, poesia (literatura) e filosofia no pensamento de Giorgio Agamben (1942 -). Tal objetivo, não se esgota nas linhas a seguir, considerando-se a amplitude da obra agambeniana. Pretende-se instigar o leitor a perceber uma fratura, uma oposição e, ao mesmo tempo, uma relação de intimidade entre linguagem, poesia (literatura) e filosofia. Para Agamben, a ligação entre linguagem, filosofia, poesia e literatura é vital. A poesia auxilia na solidificação da compreensão da constituição do humano por meio da linguagem. O movimento que opõe filosofia e poesia (literatura) é ao mesmo tempo o que as une, o que as torna interdependentes. Por outro lado, a relação entre poesia (literatura) e filosofia é de aproximação no sentido de abertura de horizontes diante do mundo, da existência, e ao mesmo tempo de distanciamento com o intuito de se manter em sua forma de estranhamento. As palavras, os conceitos, constituem apenas um momento da potência da linguagem. Apesar da intensidade de seu uso, palavras e conceitos constituem visões parciais do mundo, da existência, das formas de vida. Para Agamben, o filósofo deve ouvir e ler os poetas, conhecer o belo, encantar-se com o sentimento e a imaginação, com a capacidade de dizer o indizível e de sentir o que está na essência da poesia, a filosofia.
Palavras- chave: Linguagem; Potência; Filosofia; Poesia; Literatura.
Abstract: The present article aims to present the relationship between language, poetry (literature) and philosophy in the thought of Giorgio Agamben (1942 -). This objective is not exhausted in the following lines, considering the breadth of the work of Agamben. It is intended to instigate the reader to perceive a fracture, an opposition and, at the same time, a relation of intimacy between language, poetry (literature) and philosophy. For Agamben, the connection between language, philosophy, poetry and literature is vital. Poetry helps in solidifying the understanding of the constitution of the human through language. The movement that opposes philosophy and poetry (literature) is at the same time what unites them, which makes them interdependent. On the other hand, the relation between poetry (literature) and philosophy is one of approximation in the sense of opening horizons before the world, of existence, and at the same time of estrangement with the intention of remaining in its form of estrangement. Words, concepts, constitute only a moment of the power of language. Despite the intensity of its use, words and concepts constitute partial visions of the world, of existence, of life forms. For Agamben, the philosopher must listen and read the poets, know the beautiful, be enchanted with the feeling and the imagination, with the ability to say the unspeakable and to feel what is at the core of poetry, philosophy.
Keywords: Language; Power rating; Philosophy; Poetry; Literature.