ISSN:2238-6408 (online)
Lilian S. Godoy Fonseca - UFVM

RESUMO: A tradição nos ensina que a physis ou natureza como o princípio de surgimento, transformação e desenvolvimento de toda a realidade foi o primeiro objeto da reflexão (contemplação) filosófica, substituída, no período grego clássico, pelas questões concernentes à vida humana na polis; posteriormente, no medievo, pelas questões religiosas; para apenas na modernidade retornar ao centro do problema filosófico como res extensa, passível de descrição matemática, para sua total submissão e domínio em proveito dos homens.Somente na passagem entre os séculos XVIII e XIX, no interior do Romantismo a natureza ressurge como objeto digno de “admiração” e dá ensejo a uma filosofia da natureza especulativa, graças a algumas das mentes mais brilhantes do período, na Alemanha.No século XX, dados os problemas ambientais de proporções jamais conhecidas pela humanidade, a natureza se impôs novamente como tema filosófico; numa perspectiva inteiramente nova.Hans Jonas, com sua Biologia Filosófica e, após, com sua Ética é um dos pioneiros nessa renovação em relação à abordagem da natureza no âmbito filosófico. A proposta de nossa exposição é mostrar, com base na concepção jonasiana que, doravante, a natureza não pode mais ser mero objeto de contemplação, muito menos de fria dominação, pois, agora, exige-se também uma ação específica: a sua preservação, para assegurar a continuidade da vida, em suas diferentes formas, no nosso planeta.

PALAVRAS-CHAVE: Hans Jonas, Ética, Filosofia da Natureza, Ética ambiental.

ABSTRACT: The tradition teaches us that physis or nature as the principle of the emergence, transformation and development of all reality was the first object of philosophical reflection (contemplation), replaced in the classical Greek period by the questions concerning human life in the polis; later, in the Middle Ages, for religious matters; for only in Modernity to return to the center of the philosophical problem as res extensa, amenable to mathematical description, in order to its total submission and dominion for the benefit of men.Only in the passage between the eighteenth and nineteenth centuries, within Romanticism, nature reappears as an object worthy of “admiration” and gives rise to a philosophy of speculative nature, thanks to some of the most brilliant minds of the period in Germany.In the twentieth century, given the environmental problems of proportions never known by humanity, nature once again became a philosophical theme; so an entirely new perspective. Hans Jonas, with his Philosophical Biology and later with his Ethics is one of the pioneers in this renewal in relation to the approach of nature in the philosophical scope.The purpose of our exposition is to show, on the basis of the Jonasian conception, that henceforth nature can no longer be merely an object of contemplation, much less of cold domination, since now a specific action is also required: its preservation, to ensure the continuity of life, in its different forms, on our planet.

KEYWORDS: Hans Jonas, Ethics, PhilosophyofNature, Environmental ethics.